segunda-feira, setembro 11, 2006

Ahvak - Ahvak [2004]

Ahvak - Ahvak [2004] - Bitrate: 192 kbps
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Ótima estruturação musical, flertes muito bem encaixados com música de procedência oriental, uma forte variação de sensações e ritmos, doses cavalares de peso nas guitarras e na cozinha, dão cunho a esta obra irrepreensível da banda de Israel, Ahvak, que, mesmo sendo de origem pouco convencional e com pouca tradição dentro do gênero em questão, já em seu primeiro lançamento mostra a que veio.

A audição do presente primeiro disco do Ahvak, auto-intitulado, não nos traz à cabeça qualquer suposição de que se trata de uma banda iniciante, ao contrário, é experiência e conhecimento de causa que flui dos alto falantes, talvez pelo fato de ter um membro outrora experimentado em bandas já conceituadas. O membro em questão, baterista, compositor e produtor, é Dave Kerman, um veterano em bandas de Rock Progressivo, que já passou por bandas como 5uu's, Motor Totemist Guild e Thinking Plague, desta vez, junta-se a Yehuda Kotton (guitarrista), Ishay Sommer (baixista), Udi Susser (teclados, vocais, darbouka, baglama, woodwind), Roy Yarkoni (piano e teclado) e Udi Koomran (Computação) para a realização de um dos melhores lançamentos (talvez o melhor) de 2004.

Assim como grande parte das bandas de avant-prog surgidas no século XXI, o Ahvak dá preferência ao peso, ao "caos sonoro" e à desconstrução rítmica (de bandas como Présent, Thinking Plague, Guapo etc.) em detrimento de soluções excessivamente melódicas e/ou cafonas (assim como Gato Marte, Opus Avantra etc.).

É evidente que, como a maioria das bandas R.I.O, podemos encontrar aqui grandes influências da música erudita de vanguarda (Schoenberg, Bartok etc.), em contraste com óbvias silhuetas de Free Jazz. O grande diferencial da banda, porém, é a fluência com que equilibra toda esta carga musical complexa sobre um alicerce declaradamente de música tradicional israelita.

É realmente impressionante o bom gosto das composições, que, é necessário afirmar, é embalado por uma irrepreensível produção (a cargo do baterista Dave Kerman e Udi Koomran, que também mixou e masterizou o disco), que combina certa dose de sujeira com clareza musical, sem que, com isso, descaracterize ou oculte todo o grande talento e capacidade desta grande formação.

Não cabe citar destaques dentro de um disco que é integralmente relevante, inteligente e surpreendente de variadas maneiras, porém, não resisto em dizer do brilhantismo de faixas como a atemorizante Ahvak (também encontrada como Dust, talvez uma das grandes músicas do Rock in Opposition de todos os tempos), que se inicia fazendo o chão tremer sobre uma repetitiva batida estacada, que vai se desenvolvendo junto a uma melodia ao mesmo tempo macabra e mística. O que vem a seguir é o próprio desespero de sentir o próprio fôlego se exaurindo na tentativa de encontrar alguma coerência no que os sentidos se esforçam para captar: uma seqüência infinita de progressões instrumentais complexas e ruídos dos mais variados, culminando em uma Obra Prima. Vale também destacar a excelente faixa de abertura, Vivisektia (Vivisection), que iniciando com percussão e flautas típicas de música oriental, já dá a tônica para a grande experiência musical que está para vir.

Faixas
1. Vivisektia (8:30)
2. Bherta (8:25)
3. Regaim (2:41)
4. Ahvak (16:21)
5. Melet (2:53)
6. Hamef Ahakim (13:32)
7. Pirzool (0:58)

Tempo Total: 53:20

Formação
- Yehuda Kollon - Guitarras
- Ishay Sommer - Baixo
- Udi Susser - Teclado, woodwinds, vocais, baglama, darbooka
- Roy Yarkoni - Teclado e Piano
- Dave Kerman - Bateria e Percussão
- Udi Koomran - Computador

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