sexta-feira, dezembro 22, 2006

Electric Wizard - Dopethrone [2000/2006]



Electric Wizard - Dopethrone [2000/2006] - Bitrate: VBR
Baixe as faixas do disco clicando aqui: Parte I, Parte II

Formado em Dorset, Inglaterra, o Electric Wizard vem desde a década passada se firmando como uma das maiores forças do cenário Stoner/Sludge/Doom Metal. E conseguiram isso graças a discos como Supercoven, Come My Fanatics, e especialmente Dopethrone, que é considerado por muitos, e com grande justiça, a obra máxima da banda.

Dopethrone apresenta todos os elementos que um bom disco de Stoner/Doom deve ter: guitarras graves, riffs sabbathianos, vocais distorcidos e muito, muito peso. Também influenciados pela música psicodélica e espacial, o EW logra antingir uma sonoridade que, enquanto não muito original, é capaz de agradar à grande maioria de apreciadores do metal lento, grave e saturado.

Merecem destaque as faixas
I, The Witchfinder, com excelente sessão instrumental em sua segunda metade; Dopethrone, que apresenta um dos melhores riffs da banda; e Mind Transferral, a mais pesada de todas, uma monstruosidade que fecha o disco de forma verdadeiramente ensurdecedora. Lançado originalmente em 2000, o álbum passou por uma remasterização, assim como todos os outros discos da banda, sendo então relançado em 2006. Essa é a versão que estou disponibilizando.

Músicos:
Jus Oborn - vocais, guitarra
Tim Bagshaw - baixo
Mark Greening - bateria

Faixas:
1. Vinum Sabbathi
2. Funeralopolis
3. Weird Tales (i - Electric Frost, ii - Golgotha, iii - Altar Of Melektaus)
4. Barbarian
5. I, The Witchfinder
6. The Hills Have Eyes
7. We Hate You
8. Dopethrone
9. Mind Transferral (Bonus Track)

terça-feira, dezembro 19, 2006

Discus - Tot Licht [2003]

Discus - ...Tot Licht! [2003] - Bitrate: 192 kbps
Baixe as faixas do disco clicando aqui.

O que se pode esperar de um disco de Rock Progressivo vindo de um lugar tão improvável como a Indonésia?

A sensação de estranheza é pungente e inevitável. A grande surpresa vem quando me deparo com uma obra-prima tão espetacular e inacreditável, que é este Tot Licht.

Em primeiro lugar, gostaria de salientar que rotulações restritivas como Rock in Opposition, ou Rock Progressivo, são somente devido ao fato de que não foi possível encontrar outra mais cabível, pois o que se ouve neste trabalho é muito além de uma concepção convencional ou previsível.

Basicamente, encontramos aqui uma banda complexa, de sonoridade fragmentada e com variados recursos de música oriental e ocidental. É possível de se perceber em uma mesma música, como na fascinante música de abertura System Manipulation, passagens de música tradicional da Indonésia (provavelmente), Free-Jazz, R.I.O ao estilo Henry Cow, Funk, Death Metal e até Progressivo Sinfônico.

A sonoridade instrumental da banda merece os mais efusivos elogios, visto que conseguiram reunir todos estes elementos, vários vocalistas e diversos tipos de instrumentos, sem que com isso, criassem uma música demasiadamente antipopular.

Claro, faz-se necessário mencionar os fabulosos vocalistas da banda, como a maravilhosa Nonni que surpreende por sua forte interpretação dos temas e talento muito acima da média, arriscando com fraseados dramáticos, também com trechos no bom estilo Dagmar Krause.

Não obstante, todos os outros integrantes também fazem vez de cantores, com passagens cantadas melodicamente em ritmo oriental, outras no bom estilo Peter Hammil, ou funkeado (às vezes lembrando um Mike Patton em sua época de Faith no More) e outras com a agressividade de um Death Metal, tudo isto embalado por uma sonoridade com muitas camadas, dando a impressão de que está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo da maneira mais harmônica e coesa possível, como somente músicos e compositores de grande experiência e conhecimento de causa são capazes de fazer.

Os destaques principais deste segundo disco da banda (o primeiro disco, auto-intitulado, é de 1999, e possuía uma sonoridade muito mais amena e menos densa) ficam para a seminal, e já citada, faixa de abertura System Manipulation com seus competentes vocais e sonoridade complexa e criativa. Cito também a curiosa “balada” P.E.S.A.N (mensagem, em português), com seus timbres e levada Led Zeppelin, onde o destaque está na linda condução com violões e demais instrumentos orientais e nos vocais com toques jazzísticos.

A culminância do disco, entretanto, é uma estranha música de pouco mais de 19 minutos chamada Anne. O que acontece nesta fantástica música é qualquer coisa de inexplicável, causando uma sensação duradoura e agradável, mesmo que se trate de uma música razoavelmente sombria e densa, aproximando-se muito do que foi feito por bandas como Van Der Graaf Generator e Änglagård (obviamente, com o uso de sonoridades orientais e muita variação de estilos), mas com uma abordagem muito mais avançada e radical, própria de bandas Rock in Opposition.

Eis um disco, portanto, realmente imprescindível, não só para quem tem interesse na cena R.I.O, mas também para quem admira o Rock Progressivo como um todo, em toda a sua potencialidade criativa.

Faixas
1. System Manipulation (9:20)
2. "Breathe" (8:34)
3. P.E.S.A.N. (5:32)
4. Verso Kartini - door duisternis tot licht! (12:18)
5. Music 4.5 Players (7:40)
6. Anne (19:23)

Bonus track da edição japonesa:
7. Misfortune Lunatic (6:09)

Tempo Total: 68:56

Formação
- Anto Praboe
- Vocais, suling (Bali, Sunda & Toraja), flauta, clarinete, baixo clarinete, sax tenor

- Eko Partitur - Vocais, violino
- Fadhil Indra - Vocais, teclados, percussão eletrônica, gongos, rindik, kempli, gender
- Hayunaji - Vocais, bateria, kempli
- Iwan Hasan - Vocais, guitarras elétricas e clássicas, harpguitar de 21 cordas, teclaods, guitalele & strummer violin
- Kiki Caloh - Vocals, baixo
- Krisna Prameswara - Vocais, teclados
- Nonnie - Vocais

Músicos Adicionais
- Andy Julias - Guitarra acústica em "P.E.S.A.N."
- Ombat Nasution do Tengkorak Growls em "Breathe"
- Godfried L. Tobing - Coro clássico em "Misfortune Lunatic"


Juliano Ferreira de Mattos
17 de dezembro de 2006.
www.soundchaser.com.br

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